[Para além da Superfície] #33: Sem propósito (?)

Tenho me travado muito pensando em estratégia para o meu conteúdo. Mais especificamente, para o meu Instagram.

Na realidade, esse é um processo que me acompanhou durante 2024 inteiro: pensar e repensar qual era o propósito real do Adriventuress.

Propósito.

Uma palavra que eu nunca gostei muito, mas que, inconscientemente, eu vinha tentando encontrar em tudo o que eu fazia.

Sei lá, pensar em propósito sempre me pareceu muito manufaturado. Muito superestimado. Acima de tudo, muito pesado.

Imagina? Descobrir o seu brilhante e ÚNICO propósito de vida??

É uma caixa muito pequena para uma vida muito longa…

Trecho de “Oração para Desaparecer” de Socorro Acioli

Não que não seja importante refletir sobre isso, porque eu, de fato, acho que é muito. Especialmente para que a gente possa sair do modo automático da vida e se perguntar “Peraí, o que estamos fazendo??”

Mas quando a busca pelo propósito deixa de ser apenas uma questão e passa a ser uma obsessão, ela adquire um peso muito maior (e desnecessário).

Sabe aquela coisa de “Você encontra o amor quando você menos ta esperando. É deixar de buscar que ele aparece”?

Acredito que esse tal de “propósito” seja mais ou menos assim também…

Mesmo consistentemente me perguntando “Qual é a mensagem?” sem nunca conseguir achar uma resposta única ou “certa” para isso, eu já passo uma mensagem.

Querendo ou não, todos nós passamos.

Quando eu escolho compartilhar que eu passei a virada do ano novo ouvindo a banda tocar “Legião Urbana - Pais e filhos” e que por isso eu quis me m*** (força de expressão, ta gente? infelizmente eu também sou twitteira) ao invés de só postar as fotos bonitinhas - que eu também tirei - eu tô passando uma mensagem.

Quando eu tô compartilhando uma dica de um lugar que eu gostei, eu tô passando uma mensagem.

Na verdade, enquanto escrevo esse texto, penso que a forma talvez seja mais importante que o conteúdo. Bem, não mais importante. Mas talvez tão importante quanto.

Talvez não seja sobre o propósito em si. Talvez você esteja confusa sobre ele também. Talvez seja sobre a forma que você leva essa confusão, como você tenta lidar com ele. A maneira que você já tem de se comunicar, natural e intuitivamente, mesmo sem saber racionalmente o por quê de você se comunicar assim…

Precisamos de um por quê para tudo?

Trecho de “O Ato Criativo” - livro que já citei um milhão de vezes e continuarei citando porque é tudo!! <3

A intencionalidade é importante. Mas brincar com o espontâneo também é.

E talvez o propósito já esteja escondido entre as coisas que você faz hoje…

Segui o conselho de uma amiga e juntei em um só documento todos os comentários positivos que já recebi sobre o Adriventuress - seja na dm, seja em comentários de vídeo. Ela me disse que fazer isso ia me ajudar a ter mais clareza sobre a importância de eu fazer o que eu faço.

Juntei os comentários. E as razões de ser surgiram:

Conscientemente, o meu propósito nunca seria inspirar. A minha insegurança me diz que isso é impossível. “Eu? Inspirar alguém?”

Mas fora da minha cabeça isso já aconteceu…

Eu também sempre escrevo achando que não tô fazendo sentido, que ninguém vai me entender, que as experiências e sentimentos que eu sinto são individuais.

Mas eu já recebi mensagens dizendo: “Meu deus, isso foi escrito para mim!!”

Não foi me perguntando qual era o meu propósito que esses sinais apareceram. Foi observando a reação dos outros em relação à coisas que eu já fazia só porque eu queria fazer…

A maioria dos vídeos ou textos que geraram esses comentários não foram pensados para gerar essa reação. Foram feitos pela vontade de me expressar.

O meu vídeo sobre Acaso, que, sozinho, me gerou 5 mil seguidores, quase não foi postado porque eu pensei “Nossa, mas será que a galera não vai achar nada a ver?” Era o assunto do meu TCC, não tava exatamente ligado com as outras coisas que eu tava falando. Postei.

O vídeo da Pedrada no rolê, que teve 3 milhões de visualizações, então nem se fala kkkkkkk Postei e quase apaguei. Esse sim era nada a ver com o conteúdo. Mas…

As pessoas gostam quando você é você mesmo.

As pessoas sabem quando você é genuíno.

As pessoas gostam de te ouvir falar sobre as coisas que você gosta.

E não tô dizendo isso para você tentar fazer para agradar. Estou dizendo para você parar de ter medo de mostrar quem você é de verdade, parar de ter medo de mostrar as outras facetas para além do que você *acha* que tem que mostrar para os outros.

Apesar de, vez ou outra, eu esquecer disso e tentar me encaixar em padrões que o mercado diz que são os certos, eu tenho para mim que a minha audiência vai me achar - Da mesma forma que, quando eu viajo sozinha, eu sei que quem tem a minha vibe vai me achar, que, na verdade, eu vou ATRAIR pessoas com a mesma energia que a minha só por estar sendo eu mesma.

Alguém pode olhar para o meu perfil e falar “que nada a ver ela estar falando de viagem e do nada postar uns vídeos reflexivos”, outras pessoas podem olhar e gostar do meu perfil por exatamente esse motivo.

E, no fim, eu vou manter as pessoas que gostam do jeito que eu sou, do jeito que eu me comunico - naturalmente. Ninguém consegue sustentar um personagem por muito tempo.

Só que gente fica tentando por regra em coisas que já funcionam sem regra! Se eu falar que eu quero escrever de forma x, y ou z é capaz de eu estragar a forma que eu já escrevo naturalmente.

Isso não quer dizer que eu não estude novas técnicas, formas de escrever, dicas de outras pessoas. Mas eu tenho um jeito *MEU* de escrever, que funciona, que é apenas deixar fluir.

Tentar mudar radicalmente a minha forma de escrever só vai me atrapalhar e me frustrar.

Mesmo que eu tenha que ser estratégica, talvez a minha estratégia não seja essa que tanto vendem. Talvez eu tenha que descobrir a estratégia que funciona para *mim* - da mesma forma que tenho que descobrir o *meu* modelo de vida.

Acho que a real é: ser estratégica é importante. Mas não existe estratégia sem a sua essência. Sem a sua autenticidade. Sem você.

Algumas portas. Não. Na verdade: todas as portas só se abrem se você for você!

A leveza abre portas que a força jamais conseguiria abrir.

Talvez seja menos sobre pensar em um propósito e mais sobre a espontaneidade de sentir o que falar ou não, e como falar sobre isso.

Talvez a resposta não esteja na mente.

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Às vezes eu escrevo para eu mesma acreditar nas minhas ideias. Às vezes eu só entendo o que eu tô sentindo ou pensando quando eu coloco para fora. Seja escrevendo, seja falando.

Talvez seja esse o propósito. Me entender pelo caminho…

Qual é a grande mensagem do Adriventuress?

Acho que passei muito tempo tentando responder essa pergunta.

Talvez ela não tenha resposta.

Talvez ela tenha uma resposta diferente para cada pessoa que me acompanha.

Não sei.

Mesmo sem saber, algo me impede de parar.

Não consigo mais imaginar a minha vida sem criar.

E isso precisa ser o suficiente para minha mente largar essa batalha pela razão.

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Anexo

Tudo isso também me lembrou de um texto que escrevi para cá, em março de 2024:

[Para além da Superfície] #13: Não é o que você carrega que te deixa pesado

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✨Minhas Aleatoriedades da Semana

1. Eu fico nessa noia de “Fazer sentido” mas os criadores que eu mais gosto são pessoas completamente aleatórias que não tem uma mensagem central definida assim kkkkkkkkkkkk

   Tipo a Dinamichi - sou fã de tudo, me divirto horrores

   E esse cara aqui que, na minha concepção é apenas um maluco com um celular - eu amo!!!

2. wordsarevibrations

   

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3. Tô fazendo um curso chamado “O que o cinema pode ensinar para a escrita criativa?” no MIS (Museu da Imagem e do Som) - o que me lembra de falar pra vocês que MUITOS museus oferecem cursos, às vezes gratuitos, às vezes não. Mas da uma olhadinha aí nos museus perto da sua casa para ver se nenhum tem algo que te interesse :) Vai que…

4. Vi essa entrevista do Bad Bunny essa semana e curti muito:

5. inspiredtowrite

   

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🤝 Troca comigo?

Como você vê toda essa história de “propósito”? Acredita nessa ideia? Já encontrou o seu? Vive buscando? Me conta um pouquinho mais…